Suíça
Geografia
País da Europa Central. Situado em pleno maciço dos Alpes, faz fronteira com a Alemanha, a norte, a Áustria e o Liechtenstein, a leste, a Itália, a sul, e a França, a oeste. O território suíço tem uma área de 41 290 km2. As principais cidades da Suíça são Zurique, com 351 700 habitantes (2004) e uma área metropolitana com 979 000 habitantes, Basileia (161 800 hab.; área metropolitana, 554 400 hab.), Genebra (180 400 hab.), Berna, a capital administrativa (127 217 hab.), e Lausana, a capital judicial (118 200 hab.).
O país divide-se em três regiões geográficas (de noroeste para sudeste): as montanhas do Jura, o planalto central e os Alpes. As montanhas do Jura ocupam 12% da área total. É uma zona escassamente florestada mas coberta de pradarias. O planalto central ocupa um quarto do território e é uma zona rica em agricultura; é também aqui que se concentram as cidades e as restantes atividades económicas. Os Alpes são compostos por soberbas rochas escarpadas, picos nevados e por vastos vales profundos e estreitos com as encostas escarpadas. O monte Rosa, perto da fronteira com Itália, é o ponto mais alto da Suíça; tem 4634 metros de altitude. Os 50 picos alpinos têm em média 3660 metros de altitude. A região alpina central, em redor de S. Gotardo, é onde se localizam os maiores lençóis de água da Europa e é também onde nascem os dois maiores rios do país: o Reno e o Ródano.
Clima
O clima é temperado, de transição entre o marítimo e o continental, com grande diferenciação provocada pela altitude, tanto na temperatura como na precipitação. Nas encostas expostas aos ventos húmidos a precipitação é muito mais elevada.
Economia
O nível de vida dos suíços é dos mais altos do mundo. Tem uma economia baseada no setor terciário, com destaque para os serviços financeiros e o turismo. A indústria, igualmente avançada, exporta principalmente maquinaria, produtos químicos, relógios, têxteis e produtos alimentares (queijos, chocolates). A agricultura é um setor importante apesar do acidentado do terreno, destacando-se as produções de beterraba açucareira, batatas, trigo e cevada. Os principais parceiros comerciais da Suíça são a Alemanha, a França, os Estados Unidos da América e a Itália.
Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas, 1999), é de 5,7.
População
A Suíça tinha, em 2006, 7 523 934 habitantes, o que corresponde a uma densidade populacional de 181,39 hab./km2. As taxas de natalidade e de mortalidade são, respetivamente, de 9,71%o e 8,49%o. A esperança média de vida é de 80,51 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,932 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,927 (2001). Estima-se que, em 2025, a população seja de 7 359 000 habitantes. As principais religiões são o catolicismo (46%), o protestantismo (40%) e o islamismo (2%). A Suíça tem três grandes grupos linguísticos, o alemão a norte, ao centro e a este, o francês a oeste e o italiano a sul. Dois terços da população falam alemão. As línguas oficiais são o francês, o alemão e o italiano. Existe ainda uma quarta língua oficial, o romanche, falada por 1% da população.
História
A região foi habitada por povos a quem os Romanos chamaram helvéticos ou transalpinos gauleses. Passou a fazer parte do Império Romano depois da conquista de Júlio César. Foi ocupada por tribos germânicas até ao século VI. Um século depois, os missionários cristãos começaram a converter os helvéticos. Em 1291, os cantões de Schwyz, Uri e Unterwalden formaram uma Liga Permanente para defenderem as suas liberdades frente aos suseranos Habsburgos. Mais cidades e distritos se juntaram à Liga e, em 1513, eram já treze cantões.
Durante o século XVI a Suíça tornou-se o centro da Reforma Protestante, e a confederação dividiu-se entre católicos e protestantes. A Reforma foi aceite por Zurique, Berna e Basileia, enquanto os cantões rurais permaneceram católicos. A Suíça foi-se libertando gradualmente do controlo de Habsburgo até atingir a completa independência reconhecida pelo Tratado de Vestefália, em 1648, depois de 30 anos em guerra. A invasão francesa de 1798 estabeleceu a República Helvética com um governo centralizado. Esta forma de governo foi modificada pelo Ato de Mediação de Napoleão, em 1803, que fez da Suíça uma federação democrática. Com o fim das guerras napoleónicas, os participantes no Congresso de Viena, em 1815, garantiram a neutralidade à Suíça. Recebeu Genebra e outros territórios, aumentando para 22 o número de cantões. Depois da guerra civil entre a união dos cantões católicos contra os liberais, um novo Estado federal foi formado em 1848 e estabelecida Berna como capital. Anos depois, em 1874, a Constituição sofreu uma revisão introduzindo o referendo; é desta data que provém a atual constituição. Com a sua política de neutralidade, escapou ao conflito franco-prussiano, entre 1870 e 1871.
Durante as duas guerras mundiais manteve-se neutral, embora na última Grande Guerra o exército tenha sido mobilizado para defender o seu território. Em 1920 a Liga das Nações formou aqui o seu quartel-general. Em 1959 passou a fazer parte da Associação Europeia para o Comércio Livre (EFTA). Em 1972 assinou um acordo de comércio livre com a Europa comunitária. Um referendo em 1986 rejeitou a proposta de se tornar membro das Nações Unidas, na crença de que, assim, subvertia a sua política de neutralidade.
A Suíça é uma república federal composta por 20 cantões e 6 meios-cantões. Este é o nome político da divisão do país. O sistema de governo é federal. Na Assembleia Federal há duas câmaras: o Conselho Nacional e o Conselho de Estado. Cada cantão tem os seus direitos, mas o governo federal é responsável pela política nacional, pela segurança interna e externa e pelo sistema monetário. Os habitantes são, antes de mais, cidadãos do seu cantão. É o cantão que emite autorização de residência. Todos os cidadãos suíços cumprem serviço militar no ativo ou na reserva até aos 50 anos. De acordo com a política de neutralidade, o exército serve somente para preservar a independência. A Suíça tem uma antiga tradição de país neutral assim como de sede de várias organizações internacionais e local de conferências para a paz. Através de uma política caseira de coligações e de estabilidade, a Suíça é um dos países mais ricos per capita do globo.
Em 2002, um referendo valida a adesão do país às Nações Unidas, tornando-se assim o 190.º membro da ONU.
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