Holanda
Geografia
Nação da Europa Ocidental, compreende 2 províncias das 12 que compõem os Países Baixos. Situada no litoral da Planície do Norte da Europa, abrange uma área de 41 526 km2. É banhado pelo mar do Norte, a norte e a oeste, e faz fronteira com a Bélgica, a sul, e a Alemanha, a leste. As principais cidades são Amesterdão, a capital, com uma população de 742 300 habitantes (2004), Roterdão (603 300 hab.), Haia, a sede do Governo, com 470 300 habitantes, Utreque (265 600 hab.) e Eindhoven (208 500 hab.).
O relevo da Holanda divide-se em duas áreas distintas: a que abrange o Sul e o Leste do país, de relevo ondulado e com uma altitude máxima de 322 metros, e a restante área do país, predominantemente plana, onde, inclusive, cerca de 20% das terras estão abaixo do nível do mar. Estas terras, designadas por pólderes, foram conquistadas ao mar através da drenagem e da construção de diques num processo que, embora remonte ao século XII, só a partir da segunda década do século XX conheceu avanços significativos, como é exemplo o Plano Delta, levado a cabo no Sudoeste do país entre 1960 e 1987.
Clima
O clima da Holanda é temperado marítimo, com a precipitação relativamente distribuída ao longo do ano.
Economia
A Holanda possui vários recursos naturais energéticos, de onde se destaca o gás natural, cujas reservas são das maiores da Europa Ocidental. Quanto ao petróleo e ao carvão, embora existam em razoáveis quantidades, não satisfazem as necessidades internas, obrigando, assim, o país a recorrer à importação daqueles materiais.
A economia holandesa é das mais desenvolvidas da Europa, assentando o seu crescimento num forte setor privado que abrange todas as atividades económicas.
O setor primário está bastante desenvolvido, integrando atividades como a horticultura de estufa (tomate, pepino e alface são os principais produtos), a floricultura (dedicada, sobretudo, à túlipa, símbolo nacional) e a criação de gado leiteiro que sustenta a forte produção de laticínios. Em relação ao setor secundário, as indústrias metalúrgica, alimentar e do tabaco são as suas principais fontes de rendimento, seguindo-se as indústrias química, eletrónica e petrolífera. Nos últimos anos, o Governo holandês tem encorajado o desenvolvimento de outras indústrias, como a aeronáutica e a automóvel. Por último, no setor terciário é de destacar a importância da Bolsa de Ações de Amesterdão (fundada no início do século XVII) e do sistema bancário holandês, predominantemente nas mãos de grupos privados. Por outro lado, o facto de a Holanda ter constituído o Benelux (juntamente com a Bélgica e o Luxemburgo) e de integrar a União Europeia traz inúmeras vantagens quanto às transações comerciais. Os principais parceiros comerciais da Holanda são a Alemanha, a Bélgica-Luxemburgo, o Reino Unido e a França.
Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas, 1999), é de 0,5.
História
A Holanda, embora habitada desde o Baixo e Médio Paleolítico (250 000 a 35 000 a. C.), tem as suas raízes nas civilizações celta e germânica (século VIII a século I a. C.) e na civilização romana (século I a. C. a século V d. C.). Ao domínio romano sucedeu-se o domínio dos Francos, mas estes acabariam por ser suplantados pelo Império Carolíngio (que teve em Carlos Magno o seu mais famoso imperador) nos finais do século VII, o qual foi desmembrado após a morte do imperador Luís, o Pio, no ano de 840. A partir do século X, vários principados seculares e religiosos começaram a surgir, todos com ligação feudal ao reino alemão, excetuando a Flandres, cujo conde mantinha vassalagem para com a França. Estes principados deram início, no século seguinte, a um período de guerras independentistas, aproveitando o enfraquecimento dos reinos alemão e francês, mas este último acabaria por impor o seu domínio no princípio do século XIII, mantendo-o até ao século XIV. Os principados entraram, então, em conflito entre si com vista a obter o domínio na região, o que viria a ser conseguido pela Flandres, principado onde se inseriam as poderosas cidades de Bruges, Gand e Ypres que estiveram na base do crescimento económico que levou a Flandres a sobrepor-se aos principados da Holanda, Brabante e Utreque. Em 1504, o território holandês passou a fazer parte da Coroa espanhola, participando, a partir de então, nos diferentes conflitos em que a Espanha se envolveu. Durante a Reforma, a Holanda converteu-se ao calvinismo, que inspirou o príncipe Guilherme de Orange a liderar uma revolução opositora à política de Contrarreforma conduzida por Filipe II de Espanha, culminando com o estabelecimento das Províncias Unidas da Holanda (1579), cuja independência foi reconhecida pela Espanha apenas em 1648. Aliás, no século XVII a Holanda tornou-se o país europeu líder do comércio ultramarino, provocando rivalidades com a Inglaterra, país com o qual entrou várias vezes em guerra. Em 1688, o Parlamento inglês convidou Guilherme de Orange para governar a Inglaterra como Guilherme III, o qual, através da conjugação de forças, fez frente ao poderio francês durante o reinado de Luís XIV. No entanto, ao longo do século XVIII, o poder marítimo holandês enfraqueceu, tornando-se a Holanda dependente da Inglaterra. Com a Revolução Francesa, a Holanda passou a ser um protetorado francês, mas em 1814 a casa de Orange fundou o reino da Holanda, sob a regência de Guilherme I (Guilherme IV), que incluía o Luxemburgo e a Bélgica (no entanto, em 1830 a Bélgica tornou-se independente). Neste ano, o Parlamento holandês (designado por Estados Gerais) aprovou uma Constituição que deu à Holanda o estatuto de monarquia constitucional, para, em 1848, uma nova Constituição atribuir ao Parlamento os máximos poderes.
A Holanda assumiu então um estatuto de neutralidade, que lhe permitiu passar ao lado dos vários conflitos verificados na Europa (entre os quais a Primeira Guerra Mundial). Assim, todas as forças nacionais se viraram para o desenvolvimento do país, assente na industrialização da economia. Contudo, mesmo sendo um país neutral, a Holanda viu-se envolvida na Segunda Guerra Mundial, ao ser invadida pela Alemanha, e, no fim do conflito, abandonou o seu estatuto de neutralidade, passando a ser membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
O período após-guerra foi marcado pela necessidade de reconstrução nacional, necessidade essa que tocava todos os setores da sociedade e, como tal, foi devidamente aproveitado, não só pela rainha Guilhermina na completa e definitiva democratização do sistema político (implantação do sistema eleitoral de sufrágio universal e de representação proporcional), como também para se estabelecer um plano de recuperação económica aceite pelo Governo, pelo patronato e pelos vários sindicatos dos trabalhadores. O crescimento tornou-se inevitável e, com a entrada em 1958 na Comunidade Económica Europeia (CEE, hoje União Europeia) e a concretização da união económica com a Bélgica e o Luxemburgo (Benelux), ganhou contornos europeus, não sendo significativamente travado sequer por alguns períodos de instabilidade social interna (como os verificados na década de 60 em sinal de descontentamento popular em relação ao casamento da princesa Beatriz com um diplomata alemão ou os ocorridos na década de 80, provocados pela recusa da maioria dos holandeses em permitir instalar no território uma série de mísseis cruzeiro norte-americanos, no âmbito da NATO).
O Partido Trabalhista tem, ao longo das décadas pós-Segunda Guerra Mundial, liderado a vida política holandesa, embora nos últimos anos tenha partilhado o Poder com o Partido Apelo Democrata Cristão.
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